Como usar análise de sentimentos no CRM?

Por Larissa Ferreira em CRM
Pessoa mexendo no computador enquanto trabalha, fazendo a análise de de sentimentos dos clientes.

Análise de sentimentos é essencial para evitar cancelamentos silenciosos que afetam diretamente sua receita. Muitas empresas só percebem a insatisfação quando o cliente já foi embora e, nesse ponto, é tarde demais para agir.

Neste conteúdo, vamos mostrar como identificar sinais emocionais em conversas via WhatsApp, classificar o risco de churn no CRM e construir modelos preditivos com base nesses dados.

Se você quer manter clientes por mais tempo e agir antes que desistam, leia até o final. Cada insight aqui pode ser o diferencial entre perder ou reter.

Análise de sentimentos para evitar perdas de clientes

Análise de sentimentos em chatlogs permite capturar sinais de insatisfação antes que o cliente decida cancelar o serviço. Além disso, ao identificar emoções negativas em tempo real, é possível agir proativamente para evitar churn.

Por exemplo, imagine um cliente que sempre foi educado, mas começa a responder com mensagens curtas, como um simples “ok”. Isso já é um sinal de alerta em si.

Outro caso comum é quando o cliente pergunta repetidamente sobre o mesmo problema, demonstrando impaciência. Em ambos os casos, a análise de sentimentos pode detectar essas mudanças sutis no tom da conversa.

Dessa forma, sua equipe pode agir antes que o cliente vá embora. Afinal, é muito mais barato reter um cliente do que conquistar um novo, não é verdade?

Recomendamos que, ao notar uma queda no humor das mensagens, você acione o time de atendimento com mensagens mais empáticas, ou até mesmo com uma oferta especial. Isso mostra que a empresa se importa.

Clique aqui e confira nosso conteúdo sobre atendimento híbrido, aqui vamos mostrar como ter automação e contato humano

Indicadores emocionais que revelam problemas no suporte

Agora que mostramos a importância dos sentimentos para reduzir o churn, vamos mostrar os principais indicadores emocionais. A equipe precisa ser treinada para reconhecer esses sinais, desde os mais óbvios até os mais sutis. Os principais indicadores são:

  • Queda contínua de polaridade: Mudanças de tom ao longo do atendimento, como sair de um “Muito obrigado!” animado e amigável para um “Ok” seco, sinalizam perda de paciência ou frustração crescente. 
  • Palavras com carga negativa: Termos como “demorado”, “cansado”, “desapontado” ou “não aguento mais” indicam forte insatisfação e devem acionar alertas imediatos. É claro que há palavras mais evidentes, mas termos simples já devem ser considerados.
  • Demora nas respostas consistentemente: Se o cliente passa a demorar muito para responder, mesmo durante uma conversa ativa, pode estar desengajado ou desistindo emocionalmente aos poucos. 
  • Falta de continuidade contínua: Expressões neutras como “ok” ou “entendi”, sem perguntas ou interesse em próximos passos, indicam apatia ou desinteresse crescente.
  • Uso de emojis negativos: Carinhas tristes, olhos revirados ou emojis de raiva, mesmo em tom informal, carregam sentimento e mostram que o cliente não está satisfeito.

A chave para a efetividade desses indicadores é a continuidade desses sinais. Esses sinais de forma isolado podem ser ignorados, mas quando ocorrem de forma frequente revelam o primeiro passo do abandono. 

Clique aqui e confira nosso outro conteúdo sobre como garantir ótimo atendimento com testes A/B, algo fundamental para previnir o churn

Como priorizar clientes em risco no CRM?

Com base nos indicadores que discutimos anteriormente, vamos mostrar como priorizar clientes em risco no WhatsApp pelo CRM da sua empresa.

  1. Gere um score emocional por conversa: A cada atendimento, aplique a análise de sentimentos para gerar um score de polaridade média. Por exemplo, conversas com polaridade abaixo de –0,4 podem ser classificadas como “risco alto”. Essa métrica transforma sentimento em dado quantificável.
  2. Classifique automaticamente no CRM: Configure seu CRM para receber esse score via integração com o sistema de atendimento (como o WhatsApp). Clientes com sentimentos negativos constantes são automaticamente rotulados como “críticos” ou “atenção imediata”.
  3. Crie filtros inteligentes no pipeline de atendimento: Utilize esses rótulos para criar filtros que exibem primeiro os clientes com maior urgência emocional. Isso garante que a equipe visualize rapidamente quem está mais propenso a cancelar.
  4. Ative alertas e tarefas automáticas: A cada novo cliente identificado como “alto risco”, o CRM pode disparar uma tarefa para o time de sucesso do cliente ou enviar um alerta no canal interno da equipe. Assim, ninguém deixa passar um caso crítico.
  5. Personalize a abordagem com base no histórico emocional: Antes de entrar em contato, o agente já visualiza o histórico de sentimentos do cliente: se ele teve uma melhora, se continua frustrado ou se os picos de insatisfação se repetem. Isso permite uma abordagem muito mais humana e eficaz.
  6. Combine com dados de compra para refinar a prioridade: Clientes de alto valor (ex: alto ticket médio ou longa permanência) com score emocional negativo devem ser tratados como prioridade máxima. Ou seja, o CRM ajuda a equilibrar sentimento com impacto financeiro.

Essa estratégia garante agilidade, personalização e mais chances de retenção, agindo antes que o cliente peça para sair.

Análise de sentimentos para otimizar o atendimento em tempo real

Análise de sentimentos integrada ao chat melhora a experiência do cliente no momento em que ele mais precisa. Entretanto, para extrair valor imediato, é fundamental entender nuances de insatisfação silenciosa e ativa.

A insatisfação ativa é aquela mais fácil de reconhecer. O cliente reclama diretamente, usa palavras como “absurdo”, “péssimo” ou “não funciona”. São expressões com carga emocional elevada que apontam claramente para uma frustração pontual. 

Nesses casos, a prioridade é resolver rápido, com respostas objetivas, acompanhamento de perto e, se necessário, compensações claras. O cliente quer ser ouvido e, se atendido com agilidade, ainda pode ser reconquistado com facilidade.

Já a insatisfação silenciosa é mais perigosa porque passa despercebida. São mensagens curtas, como “ok” ou “deixa pra lá”, e longos intervalos de resposta. Isso mostra desinteresse ou frustração contida. Em muitos casos, o cliente para de interagir com entusiasmo e responde apenas por obrigação. 

Ou seja, o cliente já desistiu emocionalmente, mesmo que continue respondendo. O grande risco aqui é que ele dificilmente reclamará, ele simplesmente vai embora.

As duas devem ter processos diferentes e os agentes devem saber disso. Para insatisfação silenciosa, recomenda-se fluxos automatizados com campanhas de reengajamento ou chatbot especializado em problemas técnicos. 

Já para a ativa, o ideal é a abordagem humana, com mensagens de empatia e check-in emocional. Por exemplo: “Percebi que você não respondeu mais. Está tudo certo por aí?” Essa simples pergunta pode reabrir o canal e recuperar a conexão com o cliente antes que ele abandone de vez.

Análise de sentimentos para construir modelos preditivos de churn

Com base em tudo que falamos anteriormente, vamos mostrar como construir modelos preditivos de churn. Para isso vamos considerar que sua empresa utiliza o atendimento híbrido, afinal esse é o modelo mais comum hoje em dia. Veja como realizar esse processo seguindo o passo a passo:

  1. Coleta de dados do atendimento: Comece integrando os registros de atendimento do WhatsApp, chatbot e CRM em uma base unificada. Capture não só as mensagens, mas também: Tempo médio de resposta do cliente e histórico de polaridade de sentimentos.
  2. Extração de variáveis emocionais: Utilize ferramentas de análise de sentimentos para transformar o conteúdo das conversas em dados estruturados. Gere colunas como:
  • Polaridade média por atendimento
  • Variação de sentimentos ao longo da jornada
  • Frequência de palavras negativas
  • Uso de termos subjetivos como “cansado”, “sempre”, “nunca”
  • Presença de emojis negativos ou ironia
  1. Enriquecimento com dados do CRM: Agora combine os dados emocionais com informações transacionais e de perfil. Por exemplo:
  • Idade da conta
  • Frequência de compra
  • Tíquete médio
  • Número de reclamações anteriores
  • Participação em campanhas de retenção
  1. Treinamento do modelo preditivo: Utilize algoritmos como XGBoost, LightGBM ou Random Forest para treinar seu modelo. Divida os dados em treino e teste, aplicando validação cruzada.
  2. Ajuste os thresholds de alerta conforme os objetivos da empresa. Em alguns casos, vale a pena errar para o lado do excesso e agir antes de perder o cliente. Implementação no fluxo de atendimento.
  3. Aprendizado contínuo com novos dados: Periodicamente, atualize o modelo com novas conversas e comportamentos. Isso garante que ele continue aprendendo com as mudanças no tom dos clientes, novas gírias ou contextos de mercado.

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Larissa Ferreira

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